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OPERAÇÃO DUAS CARAS MIRA DESVIOS DE R$ 1,6 BILHÃO DA SAÚDE E ATINGE UPAS DE PIRACICABA

Publicada em: 07/08/2025 16:04 - Piracicaba

 

Foto: Danilo Telles / MTV

O Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou nesta quinta-feira a Operação "Duas Caras" para desmantelar um esquema bilionário de corrupção e lavagem de dinheiro. A operação tem como alvo a Organização Social de Saúde (OSS) Hospital Mahatma Gandhi, investigada por desvios de recursos públicos que, segundo as autoridades, ultrapassam R$ 1,6 bilhão. Em Piracicaba, a ação de busca e apreensão atinge diretamente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Vila Cristina e Vila Sônia, administradas pela entidade.

A operação, que contou com a participação da Receita Estadual e da Polícia Militar, busca recolher computadores e documentos nas UPAs para apurar possíveis irregularidades na gestão. A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que está acompanhando a fiscalização e que o atendimento à população nas unidades não foi interrompido.

A ação é de caráter interestadual, com mais de uma centena de mandados expedidos para cumprimento em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Entre os mandados, estão 12 de prisão temporária, além de determinações para afastamento da entidade, busca e apreensão e indisponibilidade de bens. Segundo o GAECO, a organização criminosa mantinha uma espécie de "departamento extraoficial" para realizar contabilidade paralela, emitir notas fiscais frias e superfaturadas, e viabilizar pagamentos indevidos, expandindo seu alcance e conseguindo mais contratos de gestão.

A gestão fraudulenta da OSS resultou em sérias consequências para a população, incluindo relatos de mortes em unidades administradas pelo grupo e um alto número de ações trabalhistas. Em resposta, a Justiça determinou a intervenção na entidade para sanear a administração e garantir a continuidade dos serviços de saúde. A determinação judicial também proíbe a rescisão dos contratos de gestão por 30 dias, visando evitar a interrupção abrupta dos serviços e proteger os trabalhadores. O nome da operação, "Duas Caras", foi escolhido em referência à atuação dos gestores, que se apresentavam como benfeitores da saúde pública, enquanto drenavam recursos para enriquecimento próprio.

Texto: Danilo Telles / Jornalista

Publicado Enzo Oliveira / Grupo Metropolitana

 

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