Estudante Juliana Zatarim é a única brasileira entre os vencedores do Concurso de Cartas por Nuestros Bosques y Océanos
A piracicabana Juliana Zatarim, de 15 anos, é a única brasileira entre os seis premiados no Concurso de Cartas por Nuestros Bosques y Océanos (por Nossas Florestas e Oceanos, em tradução livre), promovido pelo Pulitzer Center, organização de mídia noticiosa sediada em Washington, DC, nos Estados Unidos, com o intuito de instigar jovens a praticar a escrita persuasiva e ação cívica na proteção do planeta. Estudante do Liceu Terras do Engenho, ela concorreu com mais de 700 alunos da América Latina, com idades entre 15 e 24 anos. Na carta, que foi endereçada à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ela expressa preocupação com as consequências das mudanças climáticas no mundo, especialmente nos manguezais amazônicos, e propõe soluções para amenizar a situação. O prêmio consiste em 250 USD (dólares americanos, cerca de R$ 1500) para implementação de ação ambiental na comunidade onde vive.
Para participar do concurso era necessário selecionar uma reportagem publicada no site do Pulitzer Center nas categorias Florestas, Oceanos e Clima e Trabalho para ser base do assunto da carta, que deveria ter no máximo 500 palavras. A reportagem escolhida por Juliana foi a intitulada “Mais extensos do mundo, mangues amazônicos são ameaçados pelas mudanças climáticas”, na categoria Oceanos, publicada em abril deste ano e que trata de um ecossistema rico e biodiverso que se estende por quase 8 mil km na costa norte do Brasil e que está ameaçado pelas alterações nos padrões de temperatura e clima da Terra.

“Tudo está completamente interligado, porque vivemos em um único planeta e dependemos dos recursos naturais para a nossa sobrevivência. O aumento do nível do mar e das temperaturas está a destruir os mangues, afetando o seu papel como habitat dos animais e a sua capacidade de capturar e armazenar dióxido de carbono. É urgente a necessidade de conscientizar a sociedade na prevenção de catástrofes naturais, implementar políticas climáticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e desenvolver estratégias de adaptação e restauração das florestas. É isso o que proponho na minha carta, no intuito de priorizarmos a proteção ambiental. Estou muito feliz com a premiação e minha intenção é doar o prêmio para um projeto de reflorestamento”, explicou.

Juliana escreveu a carta após orientação da professora de língua espanhola Sandra Del Valle, que no primeiro semestre do ano registrou-se no treinamento do concurso. De acordo com a docente, foram selecionados 20 orientadores de toda a América Latina para receberem as instruções do Pulitzer Center. “Fui escolhida entre mais de 200 candidatos e participei dos encontros instrutivos em julho. No mês seguinte, ministrei a oficina para os jovens da escola interessados em participar do concurso. Enviamos o total de 36 cartas. É muito gratificante ver como nossos estudantes se engajaram neste propósito. Acredito que os aprendizados sejam para a vida toda, tornando nossos jovens mais conscientes na relação com o nosso planeta”, disse a professora, que teve a colaboração das docentes de Redação do Liceu Terras do Engenho, Tamara Oliveira e Debora Alves.
Os outros cinco ganhadores do concurso foram Gabriela Samaan, da Venezuela, e Delinda Kajekui, do Peru, na categoria Florestas; Diana Ariza, da Colombia, e Andrea Márquez, da Venezuela, na categoria Clima e Trabalho; e Saray Pérez, da Venezuela, na categoria Oceanos. Todas as cartas estão disponíveis para leitura no site pulitzercenter.org.
Texto: Sabrina Franzol | Jornalista
Publicação: Enzo Oliveira | MTV