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POLÍCIA AVANÇA EM INVESTIGAÇÃO, PRENDE AUTOR DOS DISPAROS E MIRA MANDANTE DE ASSASSINATO EM GUARULHOS

Publicada em: 16/01/2025 15:30 - São Paulo

A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (16)  o cabo da Polícia Militar Denis Antonio Martins, de 40 anos, suspeito de ter matado o empresário Vinícius Gritzbach, delator do PCC executado no ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Gritzbach, acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), se tornou um delator da facção criminosa. Em sua delação premiada, firmada com o Ministério Público, ele revelou os nomes de pessoas ligadas ao PCC, além de apontar policiais militares como envolvidos em práticas de corrupção.

A prisão de Martins faz parte de uma grande operação conduzida pela Corregedoria, focada em desmantelar esquemas dentro da corporação. Durante a ação, outros 14 policiais militares também foram detidos, suspeitos de vazar informações sigilosas com o intuito de beneficiar membros do PCC e facilitar suas atividades criminosas.

São 15 presos. Quatorze deles atuavam numa escolta ilícita de segurança pessoal de Gritzbach. Entre esses 14 havia um tenente que atuava como chefe da equipe. Os policiais chegaram a usar um veículo que imitava uma viatura descaracterizada, segundo a investigação. A intenção era valer-se da função de policial militar para dar aparência de que aquilo era uma segurança pessoal. Outro tenente preso facilitava as escalas de serviço de seus subordinados. O 15º preso, cabo Denis Antonio Martins, é o suspeito de ser autor de um dos disparos.

Em coletiva de imprensa nesta tarde, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que a investigação usou várias ferramentas de inteligência para chegar à identificação do atirador. Desde a quebra do sigilo telefônico até o trabalho das estações rádio-base e imagens de câmera de segurança foram fundamentais para identificar o atirador. Agora, será realizada a coleta de material genético dos indivíduos presos e comparação com o material genético coletado no dia do assassinato.

“Alguns (policiais) realizavam escolta ilegal. Conseguiu-se comprovar que os policiais sabiam da conduta delituosa antes e depois, que o Vinicius era um criminoso que tinha função específica na lavagem de dinheiro e que continuava cometendo atos ilícitos após a delação premiada feita com o MP”, explicou Derrite, que ainda acrescentou: “Outro policial que não estava sendo investigado foi colocado na cena do crime. Com imagens, vídeos, fotos do dia do assassinato e imagens coletadas pela Corregedoria, chegou-se a conclusão que esse indivíduo é um dos atiradores e foi solicitada a prisão temporária. Ele já está sob custódia”.

O corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral, e a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deram mais detalhes sobre a apuração do caso.

“Vinicius era réu por duplo homicídio de líderes do PCC. Era réu e delator por ser envolvido com lavagem de dinheiro para o PCC. Os policiais tinham conhecimento disso e voluntariamente e conscientemente aderiram e continuaram fazendo segurança pessoal desse indivíduo. Por isso, foram considerados integrantes da organização criminosa”, disse o corregedor.

“Com a prisão de um dos atiradores, a investigação do homicídio e do mandante vai prosperar rápido”, disse a diretora do DHPP . “Temos quebras (de sigilo telefônico) que nos levam a outras pessoas, que não são policiais militares. Quanto aos mandantes, temos duas linhas de investigação, ambas (consideram que o mandante seria integrante) de facção. Foi um crime encomendado por membro do PCC e temos linhas adiantadas de investigação”.

O secretário Guilherme Derrite ressaltou que desvios de conduta não serão tolerados na Polícia Militar e que os casos em questão são exceção:

“A PM é uma instituição com mais de 80 mil homens. A exceção da exceção comete desvio de conduta e podem manchar o nome da instituição. Esses que cometem esse desvio de conduta vão responder por isso, com direito a ampla defesa, mas vão responder.”

Texto: Da redação | g1 | SSP

Publicado por: Enzo Oliveira | TV Metropolitana

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