Foto: Redes Sociais
A deputada estadual Beth Sahão (PT-SP) protocolou um requerimento na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) solicitando o comparecimento da secretária estadual de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro (PL), e da servidora municipal licenciada de Rio Claro, Amanda Servidoni (PL), para prestarem esclarecimentos. O pedido foi enviado à Comissão de Defesa dos Interesses da Mulher e é motivado por áudios divulgados pelo portal Metrópoles que sugerem um esquema de cobrança de "cashback" em emendas parlamentares.
Nos áudios revelados, Amanda Servidoni, que é filiada ao PL e se apresenta como assessora da secretária Valéria Bolsonaro – embora o cargo seja negado pela equipe da secretária –, é flagrada pedindo um retorno de R$ 100 mil sobre uma emenda de R$ 300 mil.
Servidoni, que foi chefe de gabinete do vice-prefeito de Rio Claro e se filiou ao PL em junho em uma cerimônia na executiva estadual ao lado de Valéria Bolsonaro e do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, não ocupou cargos públicos na Secretaria de Estado de Políticas para a Mulher. Contudo, ela preside o projeto "Mulheres pela Fé", que opera no mesmo imóvel do escritório político de Valéria Bolsonaro em Rio Claro, inaugurado recentemente.
O requerimento de Beth Sahão busca que as convocadas demonstrem o "compromisso com a ética pública, a transparência administrativa e a boa condução das políticas para as mulheres no Estado de São Paulo" perante o colegiado. Para ser apreciado, o requerimento ainda precisa ser pautado e aprovado pela presidente da Comissão, a deputada Dani Alonso (PL-SP).
O diretório municipal do PL de Rio Claro manifestou preocupação com o impacto do caso. Na segunda-feira (27/10), a presidente local, Neia Garcia, enviou um e-mail à Executiva estadual do partido, onde Amanda foi filiada, pedindo orientações sobre o "episódio que envolve a Sra. Amanda da Silva Servidoni".
“Órgãos de comunicação do Brasil inteiro vinculam a imagem do PL de Rio Claro a um suposto esquema de cobrança de ‘cashback’ para liberação de emendas parlamentares”, diz o e-mail assinado por Neia Garcia.
O diretório municipal alega que a filiação de Amanda Servidoni foi realizada diretamente na capital sem consulta prévia, o que gerou insatisfação e rumores de uma disputa interna pelo comando do partido na cidade. A Executiva estadual do PL ainda não respondeu ao e-mail.
Em defesa, a secretária Valéria Bolsonaro utilizou suas redes sociais para negar qualquer envolvimento com o caso. Ela afirmou ser vítima de "violência política" e que está sendo envolvida em "situações difíceis". Valéria Bolsonaro declarou ter encaminhado todo o material, incluindo a reportagem e os áudios, ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), solicitando a apuração completa dos fatos.
"Pedi pessoalmente, pedi, encaminhei para o Ministério Público toda a reportagem, áudio, tudo que estava ali, que eu vi na internet, encaminhei para o Ministério Público pedindo apuração de todos os fatos", afirmou a secretária em vídeo.
Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista | Grupo Metropolitana | Com Informações do Metrópoles