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Agressões duravam meses e foram confirmadas por vídeo, segundo boletim de ocorrência; Secretaria da Educação afirma ter tomado providências e defesa da vítima critica o governo estadual.
Um adolescente de 12 anos, estudante de uma escola estadual em Piracicaba (SP), precisou ser transferido de unidade após sofrer agressões físicas e bullying contínuo por cerca de oito meses, conforme relato da mãe registrado na Polícia Civil. O caso, notificado no 2º Distrito Policial da cidade no dia 20 de outubro de 2025, foi registrado como lesão corporal e intimidação sistemática (bullying).
O caso veio à tona no dia 14 de outubro, quando a mãe da vítima recebeu um vídeo, enviado pela responsável de outro aluno, que mostrava o adolescente sendo agredido por um colega dentro da sala de aula na Escola Estadual Carolina de Mendes Thame, localizada no Jardim São Francisco. Segundo o depoimento da mãe, o estudante relatou que sofria perseguições, ofensas e agressões por parte de diversos alunos, que chegaram a cuspir em seus materiais e ofendê-lo por motivos ligados a questões financeiras e à sua mãe. O adolescente inclusive apresentava hematomas decorrentes das agressões.
A mãe afirmou que, ao procurar a escola, o diretor alegou não ter conhecimento dos fatos. A única solução apresentada pela unidade foi a transferência do aluno agredido para outra sala, sem a aplicação de medidas adequadas aos estudantes agressores. Diante disso, a mãe buscou a Secretaria de Ensino, e o estudante foi transferido em 16 de outubro para a Escola Estadual Adolfo Carvalho.
No entanto, o boletim de ocorrência relata que o problema persistiu: o adolescente passou a receber ameaças dos antigos colegas, que prometeram agredi-lo também na nova escola.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou o registro da ocorrência e informou que diligências estão sendo realizadas pela Polícia Civil visando o esclarecimento dos fatos.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) informou por meio de nota que a direção da escola adotou todas as providências após tomar conhecimento do ocorrido. Segundo a pasta, os responsáveis pelos estudantes agressores foram convocados e orientados, um boletim de ocorrência foi registrado e o Conselho Tutelar foi notificado. A Seduc acrescentou que, a pedido da responsável, o aluno agredido foi transferido e um profissional do programa Psicólogos nas Escolas fará o acompanhamento do estudante e da equipe escolar. A Unidade Regional de Ensino de Piracicaba e a escola repudiam qualquer forma de violência e o caso é acompanhado pelo Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP).
Por sua vez, o escritório de advocacia que representa a família da vítima manifestou "profundo choque e repúdio" e criticou o Governo do Estado de São Paulo por, na visão da defesa, haver uma "evidente falta de compromisso" com a segurança nas escolas públicas estaduais. O escritório espera que o caso promova uma mudança para que a segurança e a educação voltem a ser "prioridades absolutas".
Texto e Publicação Danilo Telles/Jornalista | Grupo Metropolitana