Foto: Câmara Municipal de Piracicaba
O julgamento dos três réus acusados pela morte da ex-vereadora Madalena Leite, assassinada em abril de 2021, está previsto para o dia 19 de novembro, às 9h, no Tribunal do Júri. A informação foi confirmada pelo Promotor de Justiça Dr. Aluísio Maciel Neto e pela família da Madalena.
Madalena Leite, que foi a primeira travesti eleita vereadora em Piracicaba, sendo uma travesti negra e líder comunitária, foi encontrada morta em sua residência, com sinais de violência, em 7 de abril de 2021. A ex-parlamentar, que tinha 64 anos, cumpriu mandato de 2013 a 2016.
Familiares e apoiadores organizam manifestação por justiça no dia do júri em Piracicaba
Uma manifestação em memória da ex-vereadora Madalena Leite e pedindo por justiça está sendo organizada para o dia do julgamento dos acusados, em 19 de novembro, no Fórum de Piracicaba.
De acordo com familiares da vítima, cerca de 100 camisetas estão sendo confeccionadas para os participantes do ato. A mobilização visa acompanhar o Júri Popular, marcado para iniciar às 9h, e reforçar o clamor por justiça.
Em conversa com Neto Brioni, o ato representará a memória de Madalena, mas a sede por justiça será o ponto alto desta manifestação, "estarei por lá apoiando a família e pedindo pena máxima a esses assassinos", afirma Brioni.
Investigação e Motivação
A Polícia Civil prendeu três suspeitos pelo homicídio. Segundo as investigações, o crime foi motivado por uma disputa de liderança comunitária no bairro Vila Sônia. Um dos acusados seria um parceiro da vítima que, agindo com outras duas pessoas, teria planejado o crime para assumir o papel de liderança de Madalena na comunidade. Foi apurado que a ex-vereadora sofreu golpes de facão e que sua casa foi revirada.
A defesa dos acusados não se pronunciou publicamente sobre o caso.

Foto: Câmara Municipal de Piracicaba
Trajetória e Legado
Madalena Leite foi eleita vereadora em 2012 pelo PSDB com 3.035 votos, após anos de atuação como líder social e presidente do centro comunitário do bairro Boa Esperança. Seu mandato foi marcado pela luta social e pelo enfrentamento de preconceitos e ataques. Ela se afastou da Câmara em 2016 por questões de saúde e optou por não concorrer à reeleição.
A morte de Madalena Leite gerou grande comoção em Piracicaba. Em homenagem à sua vida e legado, está em produção um documentário independente chamado "Meu nome é Madalena", que utiliza registros e depoimentos de familiares e amigos para narrar sua trajetória de luta.
Texto: Danilo Telles/Jornalista
Publicado por Enzo Oliveira/Grupo Metropolitana