Pedro Leandro Ricardo, ex-padre condenado por abusar sexualmente de menores, foi preso nesta quarta-feira (3) após se apresentar à Polícia Civil em Santa Bárbara d’Oeste (SP). A ordem de prisão foi emitida no fim de agosto, após a condenação de 10 anos e seis meses em regime fechado ser confirmada pelas instâncias superiores da Justiça.

A sentença foi proferida pela Vara Criminal de Araras (SP), cidade onde ocorreram os crimes, e foi mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou os recursos disponíveis, tornando a decisão definitiva.

Acusações e condenação

Pedro Leandro foi acusado de abusar de uma criança e três adolescentes entre os anos de 2002 e 2005. As vítimas atuavam como coroinhas na Paróquia São Francisco de Assis, onde ele exercia função de liderança religiosa. As denúncias foram apresentadas pelo Ministério Público em 2019 e aceitas pela Justiça no ano seguinte.

Segundo a sentença, o então pároco aproveitava sua posição de autoridade religiosa para se aproximar dos menores, escolhendo vítimas com contextos familiares fragilizados.

A pena foi agravada justamente pelo papel de influência e poder exercido por ele sobre os jovens. Apesar da condenação em dois casos, em outras duas acusações ele foi absolvido porque, à época dos fatos, os atos praticados não eram tipificados como crimes mais graves na legislação vigente.

Desligamento da Igreja

Em 2022, o Papa Francisco determinou a exclusão de Pedro Leandro do estado clerical, ou seja, ele foi oficialmente desligado de suas funções como padre. Àquela altura, o religioso já estava afastado das atividades na Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana (SP), desde janeiro de 2019.

Outras investigações em andamento

Além da condenação em Araras, o ex-padre também é investigado em inquéritos que tramitam sob sigilo nas cidades de Americana e Limeira, no interior paulista. As investigações envolvem novas denúncias de crimes sexuais.

Após se apresentar voluntariamente à polícia, Pedro Leandro passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e audiência de custódia. Ele permanece detido e deve cumprir a pena em regime fechado.