Foto: Danilo Telles

Em duas grandes ações realizadas em menos de uma semana, o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu aproximadamente 200 armas de fogo, além de milhares de munições, em Americana (SP). Um homem foi preso durante as operações.

Primeira ação: 183 armas apreendidas em Americana

Na quinta-feira (21), equipes do Baep cumpriram um mandado de busca e apreensão em um imóvel comercial em Americana, onde funcionava uma empresa do ramo esportivo (clube de tiro). O local pertencia ao filho de um homem já preso anteriormente por comércio ilegal de armas e suspeito de ligação com o crime organizado.

Diante da recusa de acesso ao imóvel, os policiais aguardaram o tempo legal e realizaram a entrada forçada, encontrando 183 armas de fogo, a maioria de grosso calibre. Segundo a investigação, grande parte do armamento seria enviada ao Rio de Janeiro para uso de facções criminosas, enquanto outra parte ficaria no estado de São Paulo para ações contra forças policiais.

A origem das armas ainda está sob investigação, mas muitas delas não possuem registro.

Segunda ação: bunker com armamento em chácara

Quatro dias depois, na segunda-feira (25), uma denúncia anônima levou as equipes a uma chácara próxima ao clube de tiro. As informações repassadas ao Gaeco resultaram na expedição de outro mandado de busca e apreensão pela Justiça.

Durante as buscas, os policiais encontraram uma passagem oculta no chão de um dos cômodos do imóvel. No local havia diversas armas, munições recarregadas e estojos. Ao todo, foram apreendidas:

• 10 armas de fogo (entre fuzis, espingardas, pistolas e um revólver);
• 1.554 munições recarregadas;
• 348 munições originais;
• 183 estojos.

Clube de tiro e outros materiais apreendidos

Com suspeitas de que mais armamentos estivessem escondidos, os policiais também realizaram buscas no clube de tiro. No local, foi descoberto um compartimento oculto em uma das salas, equipado com suporte para armas longas, trava na parede e diversas munições.

Em uma das gavetas, os policiais encontraram três carteiras de identificação — duas do Conselho Federal de Juízes Eclesiásticos e uma da International Chaplains, além de uma cópia de conta de energia elétrica.

Outra sala do clube, equipada com mesas e computadores, também guardava milhares de munições recarregadas, estojos e algumas munições novas.

Investigações em andamento

As autoridades apuram a procedência do arsenal e a extensão do esquema de tráfico de armas, que pode estar ligado a facções criminosas de atuação nacional.