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BOM DIA, MINISTRA - JORNALISTA LETÍCIA ALVES DA METROPOLITANA ENTREVISTOU A MINISTRA MARINA SILVA

Publicada em: 14/08/2025 16:19 - Política

 

Foto: Reprodução

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima participa do programa "Bom Dia, Ministra" e detalha novo padrão do desmatamento no país, impulsionado pela perda de umidade da floresta.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta quinta-feira (14 de agosto) que a COP30 seja um marco para a definição de metas concretas no combate ao desmatamento e na transição para fontes limpas de energia. Em participação no programa "Bom Dia, Ministra", ela alertou para a “realidade avassaladora” da mudança do clima, que já alterou o padrão do desmatamento no país, e destacou a necessidade urgente de ações globais e locais.

Segundo a ministra, pela primeira vez na história, o desmatamento causado por queimadas superou o provocado por corte raso, um fenômeno que ela associa diretamente à perda de umidade da floresta e ao aumento da vulnerabilidade do país. “Isso significa que a mudança do clima já é uma realidade avassaladora, que a floresta está perdendo umidade e que os incêndios agora assumem uma dimensão que a gente pode ter no Brasil o que a gente tem em outras regiões do planeta”, disse Marina Silva em resposta à jornalista Letícia Alves, da TV Metropolitana.

A ministra reforçou que o bioma amazônico, por suas características únicas, torna o combate a incêndios florestais extremamente difícil, e que sua preservação é fundamental para o regime de chuvas da América do Sul. A Amazônia é responsável por produzir 20 bilhões de toneladas de água por dia. “Sem a floresta, nós somos um país altamente vulnerável”, afirmou.

Apesar do cenário alarmante, Marina Silva apresentou dados animadores sobre a redução nas taxas de desmatamento em biomas brasileiros, comparando o período entre 2023 e 2024. A Amazônia registrou queda de 46%, o Cerrado, 32%, e o Pantanal, 72%. Contudo, ela ressaltou que a principal preocupação agora são os incêndios, que vêm sendo agravados pelo aumento da temperatura e pela diminuição das chuvas.

Ao abordar a crise climática, a ministra foi enfática sobre a urgência de acelerar a transição energética e eliminar o uso de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás. Ela destacou a posição privilegiada do Brasil, que é rico em fontes renováveis como energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde.

Para a COP30, que acontecerá em Belém (PA) em 2025, a ministra afirmou que o governo trabalhará para sair da conferência com um “mapa do caminho” para uma transição “justa e planejada” rumo ao fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis.

A agenda da conferência também abordará a necessidade de ações de adaptação aos eventos climáticos extremos. Nesse sentido, a ministra apresentou o programa Adapta Cidades, uma iniciativa voltada para preparar mais de 200 municípios brasileiros com sistemas de alerta rápido, obras de contenção e abrigos temporários. O programa já conta com a adesão de todas as unidades da Federação.

Texto: Danilo Telles / Jornalista

Publicado por Enzo Oliveira / Grupo Metropolitana

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