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UMA NOVA CHANCE PARA A FELICIDADE

Publicada em: 03/08/2025 00:04 - Artigo

História de adoção emociona e inspira: de um coração partido à chegada da doce Paçoca

Depois de 15 anos com minha fiel escudeira, Maria Eduarda — ou simplesmente Duda — precisei lidar com a dor que só quem já perdeu um animal de estimação conhece. Ela foi adotada ainda filhote, resgatada por uma ONG, e me acompanhou em tudo. Quando partiu, pensei que jamais teria capacidade de cuidar — e ser cuidada — por outro animal.

Mesmo tentando seguir em frente, preenchendo a agenda com viagens e compromissos, o vazio persistia. Faltava o latido, o espaço ocupado no sofá, o barulho da patinha na porta... até as bagunças dela passaram a fazer falta.

Foi num dia qualquer, no intervalo do almoço, que o destino me surpreendeu. Enquanto passava os olhos pelo Instagram, vi uma postagem da ONG Amigos do Bem Estar Animal. Entre tantas fotos, o olhar de uma cadelinha me atravessou. Ela estava em uma baia fria, se recuperando de um ferimento nas costas. E algo em mim se moveu.

Marquei a visita. Adiei. Reconsiderei. Pesei tudo: responsabilidade, apego, rotina. Mesmo com receio, fui. Conheci a Açaí, nome dado em referência ao local onde foi abandonada. Assim que nos vimos, ela me recebeu com pulos e afeto. Foi como reencontrar uma parte esquecida de mim.

Mesmo com um contratempo — o responsável pela adoção estava em outro resgate —, não desistimos. Apresentei os documentos, esperei a liberação da veterinária, e oficializamos a adoção. Ela deixou de ser Açaí e passou a se chamar Paçoca. Porque é doce. Como o doce que tanto amamos.

Nos primeiros dias, Paçoca não entrava em casa, precisava ser carregada em lojas, se escondia. Um edredom no chão virou seu primeiro abrigo. Mas, com paciência e respeito, ela foi se soltando.

Hoje, quase dois meses depois, ela é só alegria. Não late muito, mas abana o rabo como quem reconhece o amor. Ainda passa os dias sozinha enquanto trabalho, mas me espera. E toda tarde é de reencontro e carinho.

Adotar é isso. Não é só salvar uma vida. É resgatar a sua própria.

Não compre. Adote.

Mesmo que você esteja fora o dia todo, é sempre melhor que uma baia fria.

O amor que se recebe... não tem preço. 

Luciana Carboni & Paçoca Carboni - Servidora Pública - @lucianacarbonidebateaberto

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