Foto: Vinícius Schmidt /Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está utilizando uma tornozeleira eletrônica desde esta sexta-feira (18), em cumprimento a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, parte do inquérito que investiga uma suposta trama golpista, foi alvo de críticas por parte do ex-presidente, que a classificou como "humilhante" e "degradante".

"Eu tenho vergonha de usar tornozeleira. Qual risco ofereço à sociedade? Qual o risco ofereço de fuga?", questionou Bolsonaro em entrevista à Band News. Ele também afirmou não temer ser preso. "Estou com 70 anos, não estou com preocupação, com medo de nada. Agora, é uma injustiça, uma covardia me prender, nada fiz de errado."

Além do monitoramento eletrônico, Moraes impôs outras restrições ao ex-presidente: ele está proibido de manter contato com o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos, e de acessar as redes sociais. A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca em endereços ligados a Bolsonaro nesta mesma sexta-feira.

O dispositivo de monitoramento foi instalado na sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape). O acompanhamento é feito em tempo real pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), que controla os locais e horários autorizados para os deslocamentos de Bolsonaro.

A tornozeleira pesa 156 gramas e funciona com uma bateria recarregável de 110 gramas, com autonomia de aproximadamente 24 horas. O equipamento é à prova d'água, permitindo o uso durante o banho, e possui luzes de LED e vibração para indicar o status e o nível da bateria. Caso haja qualquer tentativa de remoção ou violação das regras estabelecidas pela Justiça (como o rompimento ou desligamento do aparelho), o Cime é imediatamente alertado e uma sirene é disparada na central. O descumprimento pode levar à acusação por dano ao patrimônio público e, dependendo do caso, até à prisão. Um telefone 0800 está disponível para suporte técnico aos monitorados.

Texto: Danilo Telles / Jornalista | Com informações do Metrópoles

Publicado por Danilo Telles / TV Metropolitana