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PIRACICABA SENTE OS REFLEXOS DO TARIFAÇO DE TRUMP E TEME IMPACTOS NA INDÚSTRIA E NO COMÉRCIO LOCAL

Publicada em: 09/04/2025 19:11 - Piracicaba

Foto: REUTERS/Carlos Barria

O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas de importação mais elevadas a uma ampla gama de produtos estrangeiros já começa a reverberar em Piracicaba. A nova medida prevê sobretaxas de até 60% sobre itens chineses, além de tarifas generalizadas, incluindo 25% sobre aço e alumínio e 10% para demais produtos importados — o que afeta diretamente setores estratégicos da economia brasileira e, especialmente, piracicabana.

Para Maurício Benato, presidente da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi), o cenário representa um desafio significativo para o comércio e a indústria de Piracicaba.

“A imposição de tarifas generalizadas sobre produtos importados reacende uma preocupação importante para o comércio exterior e, particularmente, para os setores produtivos de Piracicaba.”, destacou Benato.

“Para Piracicaba, que se destaca como um polo industrial, agroindustrial e tecnológico, com empresas integradas às cadeias globais de valor, esse posicionamento traz insegurança e ameaça direta à competitividade dos produtos locais. Setores como o de máquinas, implementos agrícolas e autopeças, que tradicionalmente mantêm relações comerciais com os Estados Unidos, podem sofrer perdas significativas caso esse cenário se concretize.”

Segundo Maurício, além da possível retração nas exportações, há reflexos também no comércio local.

“A redução na demanda por produtos exportáveis pode impactar a geração de empregos, o consumo interno e a movimentação no varejo, criando um efeito dominó na economia piracicabana. Pequenos e médios negócios, que muitas vezes giram em torno da atividade industrial, também podem sentir os efeitos da desaceleração.”, conclui.

Diante desse contexto, a Acipi reforça a importância da diversificação de mercados e da ampliação de acordos comerciais que garantam maior estabilidade e previsibilidade às empresas. Também defende o fortalecimento de políticas de apoio à inovação, à exportação e à indústria nacional, como forma de proteger e impulsionar o desenvolvimento econômico local, assim como a reforma tributária.

Já para o setor metalmecânico, o alerta vem do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Piracicaba (Simespi). O primeiro vice-presidente, Paulo Estevam Camargo, afirmou que as empresas brasileiras exportadoras de aço e alumínio serão as primeiras a sentir os efeitos diretos do tarifaço.

“Creio que, num primeiro momento, a despeito do aumento no imposto, os importadores americanos continuarão comprando aço para não parar a produção. Porém, o ajuste no preço virá e poderá causar uma queda no volume de compra e, consequentemente, o fechamento de postos de trabalho. Isso repercutirá sobre os mercados fornecedores. Posso dizer que o Brasil está numa posição relativamente confortável se comparado à China (maior produtor de aço do mundo), que foi sobretaxada em 34%.”

O Simespi afirma que vai monitorar os eventuais impactos dessa medida do governo Trump sobre o setor metalmecânico e está pronto a apoiar as empresas associadas com orientação e informação qualificada para ajudar na tomada de decisões.

Por: Da redação

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