Foto: TV Metropolitana
O corpo do jovem Gabriel
Junior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, morto durante uma abordagem
policial no bairro Boa Esperança na segunda-feira (1º), foi sepultado na manhã
desta quinta-feira (3), no Cemitério Municipal Vila Rezende, em Piracicaba
(SP).
No local, familiares vestiam camisetas estampadas com fotos do jovem e pediam por justiça. De acordo com a família, ele seria inocente e foi morto com um tiro na cabeça após tentar defender sua esposa grávida em uma abordagem truculenta. Ele deixa dois filhos e demais familiares.
Em entrevista à TV Metropolitana, a esposa de Gabriel deu sua versão dos fatos. (Assista no vídeo abaixo ????)
Segundo a Polícia Militar, na
data do ocorrido, as equipes realizavam patrulhamento pelo bairro, onde abordou
dois indivíduos. De acordo com a corporação, Gabriel seria um dos suspeitos e resistiu
a abordagem, ameaçando os policiais com uma pedra nas mãos. Apesar das ordens
para soltá-la, ele pegou outra pedra com um pedaço de ferro preso e, ao
arremessá-la, um policial efetuou um disparo, atingindo-o.
“A namorada do suspeito e o
outro abordado partiram para cima dos policiais, agredindo-os fisicamente. Um
dos agentes foi atingido por uma porção de milho quente e sofreu arranhões no
rosto e nos braços. O segundo abordado conseguiu fugir do local sem ser
identificado. O indivíduo ferido foi socorrido pelo SAMU ao Hospital
Fornecedores de Cana, enquanto a mulher foi detida e encaminhada à delegacia.”,
disse a PM, em nota enviada à imprensa.
Familiares contestam a versão
da polícia e alegam inocência do jovem. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram
uma mulher grávida, sendo supostamente agredida pelos policiais e colocada na
viatura.
Gustavo Pires, presidente da
Comissão dos Direitos Humanos da OAB de Piracicaba, informou que foi contatado
por moradores do bairro Jardim Boa Esperança e por colegas advogados sobre a
abordagem policial, que ele classificou como violenta contra um casal de
jovens. Ele diz que ouviu relatos que a ação se iniciou com agressões por parte
de um policial, que segundo Gustavo, há semanas vem adotando condutas
truculentas na comunidade.
A versão do presidente,
baseada em relatos de moradores que viram toda a ação é de que o jovem Gabriel
foi agredido, e sua esposa, ao tentar intervir, tornou-se alvo das agressões.
“No momento em que Gabriel tentou se reaproximar, sem portar qualquer arma ou
objeto, foi alvejado na cabeça. A violência contra sua esposa, que está
grávida, continuou.”
O presidente da comissão
também afirma que acompanhou toda a ação posterior, como depoimentos,
atendimento médico e também informou que testemunhas que filmaram a ação foram
ameaçadas pelos policiais.
Gustavo finalizou dizendo que
estão acompanhando o caso para que, constatado o excesso policial, o
responsável seja penalizado.
Questionados, o Departamento
Estadual de Investigações Criminais (DEIC), ainda não comentou o caso, também
entramos em contato com a Secretaria de Segurança Pública do estado de SP
(SSP), mas ainda não obtivemos retorno.
Por: Da redação