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Relatório elaborado pela Esalq
em parceria com o Simespi mostra também resultados mais animadores para a
siderurgia.
O mais recente Boletim de
Conjuntura Industrial, edição 34, elaborado pela Esalq/USP em parceria com o
Simespi (sindicato patronal das indústrias do setor metalmecânico de
Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), divulgado na última segunda-feira (24),
traça um panorama desafiador para a indústria, com quedas nos níveis de
confiança, horas trabalhadas e emprego industrial. Já o setor siderúrgico
apresenta resultados mais animadores na produção. Neste quesito, a produção de
bens de capital mostra uma queda conjunta que chama a atenção das associadas.
O quadro de retração também
sofre com um patamar de investimento considerado baixo e consumo aparente
negativo no último trimestre de 2024. Assim como o aço, os semicondutores
também registraram aumento de preço. “O mercado segue envolto em incertezas frente
às medidas protecionistas dos Estados Unidos e desconfiança com os rumos da
política econômica brasileira”, afirma o professor e economista Carlos Eduardo
de Freitas Vian, coordenador do boletim. Segundo ele, há um ponto positivo: “O
setor siderúrgico se destaca com resultados mais animadores na produção,
oferecendo um contraponto ao cenário majoritariamente negativo. Contudo, a
queda observada na produção de bens de capital, um termômetro da capacidade de
investimento e modernização da indústria, merece atenção especial e
acompanhamento nos próximos meses”.
Mercado de Trabalho
Apesar da retração no emprego
industrial geral apontada no boletim, os dados analisados do CAGED (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, indicam que
Indústria Serviços foram responsáveis por 26% do saldo positivo entre admitidos
e desligados no mercado de trabalho de Piracicaba, que totalizou 1.331. O setor
industrial foi o segundo maior gerador de empregos, atrás apenas de Serviços.
De forma mais específica, a Indústria de Transformação foi a maior responsável
pelo desempenho deste setor, com os seguintes valores de admissão: Fabricação
de Máquinas (362), Fabricação de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias
(232), Fabricação de Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (195),
Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos (96) e Metalurgia
(51).
Inflação de 2025
O boletim também confirma uma
previsão feita pela equipe responsável na edição anterior do Boletim de
Conjuntura Industrial: a inflação para o final de 2025, que o mercado estimava
em torno de 4,8%, foi calculada em 5,23%, fato agora corroborado por outras
análises do mercado financeiro, conforme destacado no Boletim Focus de 21 de
março de 2024. “Esse dado reforça a cautela dos analistas de mercado frente ao
cenário macroeconômico brasileiro e mundial”, afirma Vian.
O Boletim de Conjuntura
Industrial de Piracicaba é elaborado mensalmente pelo Grupo de Extensão em
Economia e Gestão e Desenvolvimento sustentável – GEEDES e Grupo de Extensão e
Pesquisa em História e Evolução da Agricultura e dos Complexos Agroindustriais
– GEPHAC.
Texto: Cristiane Sanches /
Jornalista
Publicado por Danilo Telles / TV Metropolitana